Esse ano aqui em casa será decisivo: se Papai Noel trouxer um gato (já temos dois) ele existe. Se não, com certeza o sonho acabou… Afinal “sei que você e meu pai que não vão me dar outro gato mesmo!”
É isso mesmo. Mateus resolveu desafiar Papai Noel esse ano. Em 2018 ele já havia ficado em dúvida, perguntando como era possível ele passar pelas janelas com telas de proteção, como daria tempo de entregar todos os presentes e outras perguntas mais. Até então tudo bem, a gente foi respondendo sobre a magia do Natal, a esperança, os truques ultra mega secretos dele. A cartinha saiu e o presente chegou.
Esse ano já não está sendo bem assim. Bem revoltado (sim, essa é a palavra, porque ele estava bravo e decepcionado quando o assunto surgiu), esse ano ele não quis enfeitar a casa quando eu o convidei. E então começou a falar que Papai Noel não existe, é tudo truque de pai e mãe para a criança acreditar, tudo mentira. Até aí tudo bem, 7 anos e meio já separando a realidade da fantasia. Imaginei que era o ano que ele lembraria pra sempre como “o ano que descobri que o Papai Noel não existia”. Afinal, quem não tem essa história pra contar.
Mas foi aí que tudo ficou confuso. Ele não estava certo disso. E sabe como descobri? Quando ele me disse: “Então está bem, mamãe. Vou pedir um gato de Natal. Eu sei que você e meu pai não vão me dar outro mesmo. Então, se eu ganhar, é porque ele existe. Se não ganhar, é porque são vocês que me dão o presente.” Ainda bem que consegui perceber que ele estava era frustrado em ter as repostas para as perguntas do ano passado, frustrado porque queria continuar acreditando.
Como aqui em casa a gente nunca incentivou essa história de Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, mas ele sempre trouxe, a gente deixava rolar. Afinal, com qual motivo vou falar para uma criança de 2 ou 3 anos que aquilo é tudo uma bobagem, uma jogada de marketing para vender mais presentes e que o Natal para nossa família é muito mais que isso? Não, seguimos na fantasia, esperando o tempo dele e trazendo junto o que de fato importa nesse momento.
Até hoje, 7 de dezembro, ele havia se recusado a escrever a tal cartinha. Fomos ao shopping para ele poder comprar um brinquedo com as moedinhas do cofrinho (mesada, educação financeira, cofrinho, já já um texto sobre o que está rolando aqui em casa). Claro! Natal e Papai Noel para todo lado. E ele não resistiu: sentou e escreveu a tal cartinha. Se pediu o gato? LÓGICO, ou não seria o meu Mateus. Mas pediu outra coisa também: uma viagem para Juiz de Fora, nossa terra natal em Minas e que ele ainda sente muita saudade e falta.
Pronto, o coração da mãe aqui se acalmou e encheu de alegria. Ele deu uma chance pro bom velhinho e ainda pediu um presente que não tem preço: estar com nossa família no lugar em que ele criou memórias de amor verdadeiro que estarão com ele para o resto da vida. Acho que ele entendeu o espírito do Natal.
Mas você deve estar se perguntando se vamos ou não dar o gato… Bem, um terceiro de verdade não vai rolar. Mas um de pelúcia, quem sabe. Se ele irá se contentar? Não sei. Se ele irá parar de acreditar no Noel? Também não sei. A única certeza que tenho é que estaremos aqui com ele, mostrando o que importa de verdade e deixando um espaço para a fantasia em nossa vida também, porque ninguém é ferro!
Ah!! E nem vou comentar aqui sobre associar Papai Noel com bom comportamento. Por favor em gente! Nada a ver! E nada de forçar a criança para tirar a foto com o bom velhinho. Vamos respeitar a vontade deles nesse Natal! Olá, como vai? Bom dia/ Boa tarde/ Boa noite todo mundo merece e não arranca pedaço. Mas o corpo é da criança: se ela não se sentir a vontade e não quiser abraçar e beijar todo mundo, especialmente aqueles primo distante que ela só encontra nessa época do ano, a gente deve respeitar e pedir que respeitem também. #ficaadica